Estima-se que existam no mundo, atualmente, pelo menos 5 mil povos indígenas, somando mais de 370 milhões de pessoas em 90 países. O Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, foi um momento para celebrar, mas também de refletir e discutir estratégias sobre a situação de aproximadamente 5% da população mundial que, em sua maioria, se encontra em situação de vulnerabilidade social.
De
 acordo com diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, os 
indígenas representam 15% da população mundial a viver na pobreza e 
cerca de um terço dos 900 milhões em extrema pobreza no meio rural, 
apesar de sua riqueza de conhecimento e sabedoria.
Os
 baixos Índices de Desenvolvimento Humano e as más condições de vida das
 populações indígenas, a migração para os centros urbanos na situação de
 marginalizados e a discriminação contribuem para a desvalorização de 
suas identidades, diminuição da auto-estima e se refletem na perda e no 
abandono de suas culturas tradicionais.
Nesse
 contexto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos países 
membros que adotem medidas concretas na comunidade indígenas para 
combater a marginalização, a pobreza extrema e a perda de terras e 
recursos. Afirmou ainda que a comunidade internacional deve fazer um 
esforço maior para auxiliar os indígenas a desenvolver seu patrimônio 
cultural e conhecimentos tradicionais. Esta declaração se remete ao tema
 escolhido para 2011: “Desenhos Indígenas: celebrando nossas histórias e
 culturas, criando nosso próprio futuro”.
Para
 alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi 
Pillay, quando os indígenas são retirados de suas terras para “projetos 
de desenvolvimento” e extração de recursos naturais, estes ficam 
limitados a uma existência marginalizada da sociedade. “Isso não é um 
sinal de desenvolvimento. Muitos desses projetos geram violações de 
direitos humanos, incluindo os despejos forçados, o deslocamento e 
mortes quando há conflitos sociais pelos recursos naturais”, diz Pillay.
 Ela acrescenta que extração de recursos minerais, por exemplo, está nas
 mãos de grandes corporações e que os povos assentados historicamente 
sobre territórios afetados não são devidamente consultados sobre suas 
opiniões e e necessidades.
“Os
 direitos de nosso não são respeitados. Temos conhecimentos na nossa 
cultura que poderiam ajudar os brancos, mas muitos deles não querem 
ouvir. Ao invés disso, eles nos tiram de nossas terras, destroem tudo, 
condenando todos à morte, inclusive eles mesmos”, desabafa a jovem 
indígena Marina Pataxó.
A
 situação das mulheres indígenas é ainda pior. Michelle Bachelet afirma 
que “muitas não têm acesso à educação, saúde e terra, e estão sujeitas à
 violência, inclusive nos contextos de tráfico e conflito armado”.
Indígenas no Brasil
Hoje,
 no Brasil, vivem mais de 800 mil indígenas, cerca de 0,42% da população
 brasileira, segundo dados do Censo 2010. Os mais de 230 povos são 
distribuídos entre 683 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas – 
estima-se que cerca de 10 a 15% vivem em cidades. Na Amazônia Legal - 
que é composta pelos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, 
Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte oeste do Maranhão - vive 60% 
dessa população. No total, são faladas atualmente mais de 180 línguas 
diferentes. De acordo com o ISA – Instituto Socioambiental, estudos 
apontam para a existência de mais de 1.000 povos na época da chegada dos
 europeus, somando entre 2 e 4 milhões de pessoas.
Os
 principais problemas enfrentados pela população indígena brasileira 
estão relacionados à pobreza, saúde e conflitos. Doenças como malária, 
tuberculose, infecções respiratórias, hepatite, DSTs; a desnutrição e 
mortalidade infantil; conflitos relacionados à exploração dos recursos 
naturais, como minerais e madeiras; entre outros, são os principais 
temas de políticas públicas e da luta de lideranças indígenas, 
organizações da sociedade civil e organismos internacionais.
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O Boletim Gênero, Raça e Etnia é produzido pelo Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
Texto: Clara Fagundes e Anita Campos
FONTE:http://www.generoracaetnia.org.br/pt/noticias/boletim/item/686-boletim-g%C3%AAnero-ra%C3%A7a-e-etnia-4%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o.html
Postado por:MSUL Priscila 

 
 
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