domingo, 11 de dezembro de 2011

Nos serviços de saúde, uma mulher que sofreu violência deve ter o seu "MOTIVO DE ATENDIMENTO" classificado segundo os critérios de:



 Violência física - para agressão física sofrida fora do âmbito doméstico, por exemplo: violências sofrida por trabalhadoras do sexo e por outras mulheres, não enquadrada como violência doméstica;
 Violência sexual - estupro ou abuso sexual, em âmbito doméstico ou público, podem também resultar em lesões corporais, DST's (Doenças Sexualmente Transmissíveis); gravidez indesejada e transtornos mentais. Cabe lembrar aqui a situação das meninas e adolescentes, vítimas preferenciais do abuso sexual, incesto e estupro familiar "Saffiotí ressalta que a questão é realmente grave. Seu trabalho mostra que 80% dos casos de abuso tem a menina como objeto. O abusador é, predominantemente, o pai consangüíneo e a faixa etária preferencial das meninas agredidas vai de 07 a 1O anos" (Grossi, 1994).
Violência doméstica - relembrando, é a agressão praticada por um familiar contra outro, ou por pessoas que habitam o mesmo teto mesmo sem relação de parentesco.
Diante de tais considerações, é necessário que nos serviços de saúde informatizados sejam criados códigos específicos para classificar e delimitar a violência. Já existe o código geral para violência, que é utilizado para qualquer tipo de violência. Tal código permaneceria para a violência física, independente do sexo, não enquadrada como violência sexual e nem doméstica. Necessitamos criar um código para a "violência sexual", e outro para a "violência doméstica".
Caso o "motivo de atendimento" não seja violência, de qualquer tipo, qualquer profissional de saúde (médico/a; enfermeiro/a; auxiliares de enfermagem; psicólogo/a; assistente social, etc.) que detecte que a mulher atendida sofreu violência, quer seja física, sexual ou doméstica, deverá comunicar o fato ao(à) profissional responsável pela condução do caso e solicitar a correção do "motivo de atendimento" no prontuário.
Nas instituições em que a ficha de atendimento (probtuário) é feita em computador, não basta apenas que risque ou modifique o "motivo de atendimento" no prontuário, mas é necessário também que solicite ao(à) funcionário(a) responsável o preenchimento inicial do prontuário (dados de identificação pessoal) que o faça também nos arquivos de computador. Tal conduta é absolutamente indispensável para que as nossas estatísticas sejam mais reais.
História completa e descrição das lesões. Médicas e médicos precisam estar conscientes de que um prontuário cujo "motivo de atendimento" e diagnóstico é violência física, sexual ou doméstica representa um documento de grande valor legal para as mulheres, pois trata-se do registro mais importante da violência sofrida, logo preenchê-lo adequadamente demonstra o grau de compromisso profissional no combate à violência, Portanto, o prontuário deverá ser preenchido com letra legível e conter a descrição exata das lesões e os encaminhamentos realizados.
O "quesito cor". É necessário que os serviços de saúde adotem o "quesito cor" um dado de identificação pessoal que precisa ser preenchido e considerado no diagnóstico e nas estatísticas de morbimortalidade. "No Brasil a classificação adotada atualmente é a do IBGE, que coleta como dado que permite a identificação racial, a cor da pele (quesito cor), através da auto-classificação, ou seja, "a pessoa entrevistada é quem 'escolhe' e diz 'qual é a sua cor' em uma constelação de cinco itens: preta, parda, branca amarela e indígena. A junção da população preta com a população parda é que possibilita definir população negra" (Oliveira, 1998).
Os serviços de saúde informatizados que não contemplam o "quesito cor", conforme especificações do IBGE, necessitam fazê-lo. A invisibilidade das populações ditas "não-brancas" nas estatísticas brasileiras é uma herança racista que precisa ser banida, portanto o recorte racial da violência é um dado essencial para o combate às práticas racistas.
Porque, Quando, Como e para Onde encaminhar
Ao diagnosticar violência doméstica, seja firme e solidário(a). Oriente a mulher "a fazer valer" os seus direitos. Apresente-lhes caminhos que possibilitem quebrar o "ciclo da violência". No entanto, nem sempre você encontrará receptividade. Seja tolerante e não imponha o que você considera a "conduta certa". Mesmo considerando que a mulher em situação de violência encontra-se em condição de vulnerabilidade, cabe exclusivamente a ela decidir o que fazer. Respeite o direito dela à autonomia! Apenas faça a sua parte, sobretudo saiba encaminhá-la adequadamente e com presteza.
Os encaminhamentos, internos e externos, devem ser por escrito e registrados no prontuário. Em casos de violência contra a mulher, um documento médico adequadamente preenchido, como o prontuário, é um testemunho que serve para combater a impunidade e pode salvar vidas!

Lembre-se: você é responsável pelo conteúdo de um documento valioso para a saúde e a vida das mulheres e que a omissão, a exemplo do silêncio e da impunidade, é cúmplice da violência!

 
Referências Bibliográficas
BRITO, Benilda Regina Paiva. MULHER, NEGRA E POBRE: a tripla discriminação. Teoria e debate, ano 10, No. 36, out/nov/dez 97, p 19-23.
CARNEIRO, Sueli. Eixos articuladores da violência de gênero. Texto apresentado no Seminário Nacional Palavra de Mulher: revisão em torno das questões da violência doméstica, organizado pelo Benvinda - Centro de Apoio à Mulher, PBH, MG, 09/98.
GROSSI, Miriam Pilar. Violência de gênero: uma abordagem antropológica. Seminário Nacional A Violência Contra a Mulher. Documentos Fórum 2, SP, SP, 30 e 31/05/94.
JOFILLY, Olivia Rangel. Eixos estruturadores da violência. Texto apresentado no Seminário Nacional Palavra de Mulher: revisão em torno das questões da violência doméstica, organizado pelo Benvinda - Centro de Apoio à Mulher, PBH, MG, 09/98.
LOPES, Marta Júlia Marques; MEYER, Dagtnar Estermam; WALDOW, Vera Regina (org.). Gênero e Saúde. Série Enfermagem, Editora Gráfica Metrópole S. A. (s/d).
"Mulheres Espancadas: protocolos de tratamento na rede de saúde", baseado no artigo de Wendy K. Taylor e Jacquelyn Campbel integrantes da Rede de Enfermagem sobre Violência Contra a Mulher, publicado na revista Response, 81, vol 14, No. 4. Republicado no Brasil no livro Violência Contra a mulher uma questão de Saúde Pública, p 77 a 80, Sub-Regional Brasil da Rede Feminista Latino-americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, 1997.
OLIVEIRA, Fátima. Oficinas Mulher Negra e Saúde, Mazza Edições, 1ª edição, 1998.
RUFINO, Alzira. Introdução do livro Violência Contra a mulher uma questão de Saúde Pública. Sub-Regional Brasil da Rede Feminista Latino-americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, 1997.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência de gênero: entre o público e o privado. Presença da Mulher, No. 31, p 23-30; e Violência doméstica: do privado ao público. Presença da Mulher, No. 32, p 29-37.
VIGARELLO, Georges. História do Estupro: violência sexual nos séculos XVI-XX, Jorge Zahar Editor, 1ª edição, 1998.
Violência Doméstica e Direitos Humanos das Mulheres. CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria. Brasília, DF, janeiro de l998.

Postado por: SORAIA BERTONCELI

A violência contra a mulher é também uma questão de saúde pública




A violência contra a mulher, atualmente denominada violência de gênero (violência contra a mulher na vida social privada e pública), ocorre tanto no espaço privado quanto no espaço público e pode ser cometida por familiares ou outras pessoas que vivem no mesmo domicílio (violência doméstica); ou por pessoas sem relação de parentesco e que não convivem sob o mesmo teto.
Para Saffioti (1997), a violência familiar "recobre o universo das pessoas relacionadas por laços consangüíneos ou afins. A violência doméstica é mais ampla, abrangendo pessoas que vivem sob o mesmo teto, mas não necessariamente vinculadas pelo parentesco".
Portanto, violência doméstica é qualquer ação ou conduta cometida por familiares ou pessoas que vivem na mesma casa, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. É uma das formas mais comuns de manifestação da violência e, no entanto, uma das mais invisíveis, sendo uma das violações dos direitos humanos mais praticadas e menos reconhecidas do mundo. Trata-se de um fenômeno mundial que não respeita fronteiras de classe social, raça/etnia, religião, idade e grau de escolaridade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica como um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental. Os efeitos da violência doméstica, sexual e racial contra a mulher sobre a saúde física e mental são evidentes para quem trabalha na área. Mulheres em situação de violência freqüentam com assiduidade os serviços de saúde e em geral com "queixas vagas".
"A rota das vítimas de violência doméstica passa regularmente pelos pronto socorros, ambulatórios e hospitais da rede de saúde" (Rufino, 1997), que em geral não conseguem fazer o diagnóstico de violência doméstica, assim como não compreendem a magnitude do problema como uma questão de saúde pública e nem conseguem assumir a responsabilidade social que lhes cabe. No Brasil, um outro dado importante é a omissão do poder público que não habilita os(as) profissionais de saúde para o atendimento adequado às mulheres em situação de violência.
Para entendermos porque a violência doméstica é também uma questão de saúde pública, precisamos compreendê-la no seu aspecto numérico (grande número de vítimas que atinge); nas repercussões deletérias na sanidade física e mental, assim como em suas decorrências econômicas para o país: diminuição do PIB (Produto Interno Bruto) às custas do absenteísmo ao trabalho; da diminuição da produtividade; e do período que ficam às expensas da seguridade social.  

 
Referências Bibliográficas

BRITO, Benilda Regina Paiva. MULHER, NEGRA E POBRE: a tripla discriminação. Teoria e debate, ano 10, No. 36, out/nov/dez 97, p 19-23.
CARNEIRO, Sueli. Eixos articuladores da violência de gênero. Texto apresentado no Seminário Nacional Palavra de Mulher: revisão em torno das questões da violência doméstica, organizado pelo Benvinda - Centro de Apoio à Mulher, PBH, MG, 09/98.
GROSSI, Miriam Pilar. Violência de gênero: uma abordagem antropológica. Seminário Nacional A Violência Contra a Mulher. Documentos Fórum 2, SP, SP, 30 e 31/05/94.
JOFILLY, Olivia Rangel. Eixos estruturadores da violência. Texto apresentado no Seminário Nacional Palavra de Mulher: revisão em torno das questões da violência doméstica, organizado pelo Benvinda - Centro de Apoio à Mulher, PBH, MG, 09/98.
LOPES, Marta Júlia Marques; MEYER, Dagtnar Estermam; WALDOW, Vera Regina (org.). Gênero e Saúde. Série Enfermagem, Editora Gráfica Metrópole S. A. (s/d).
"Mulheres Espancadas: protocolos de tratamento na rede de saúde", baseado no artigo de Wendy K. Taylor e Jacquelyn Campbel integrantes da Rede de Enfermagem sobre Violência Contra a Mulher, publicado na revista Response, 81, vol 14, No. 4. Republicado no Brasil no livro Violência Contra a mulher uma questão de Saúde Pública, p 77 a 80, Sub-Regional Brasil da Rede Feminista Latino-americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, 1997.
OLIVEIRA, Fátima. Oficinas Mulher Negra e Saúde, Mazza Edições, 1ª edição, 1998.
RUFINO, Alzira. Introdução do livro Violência Contra a mulher uma questão de Saúde Pública. Sub-Regional Brasil da Rede Feminista Latino-americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, 1997.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência de gênero: entre o público e o privado. Presença da Mulher, No. 31, p 23-30; e Violência doméstica: do privado ao público. Presença da Mulher, No. 32, p 29-37.
VIGARELLO, Georges. História do Estupro: violência sexual nos séculos XVI-XX, Jorge Zahar Editor, 1ª edição, 1998.
Violência Doméstica e Direitos Humanos das Mulheres. CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria. Brasília, DF, janeiro de l998.

Postado por: MSUL SORAIA BERTONCELI


Dados da violência doméstica

Hipertensão Arterial



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                A Hipertensão Arterial (HTA) é um factor de risco para todas as doenças cardiovasculares, por isso, é muito importante fazer um controlo e acompanhamento da mesma.
                Os principais orgãos afectados pela HTA são os rins, cérebro, olhos e coração.
                Na sua maioria, a HTA não apresenta sintomas, por isso, ela é considerada uma “assassina silenciosa”.
                Com o envelhecimento a HTA torna-se mais comum. Em idade jovem adulta e no início da meia idade tem maior incidência nos homens, já entre os 55 e 64 anos o número de homens com HTA é praticamente o mesmo que as mulheres. Depois dos 65 anos a HTA é mais incidente ( incidência representa o número de novos casos) e prevalente (representa o número de doentes que já tinham a doença) nas mulheres, facto também explicado pelo aparecimento da menopausa na mulher.
                Na comparação inter-racial, a HTA incide mais sobre a raça negra do que branca.
                A tensão arterial é a relação entre a quantidade de sangue que o coração bombeia para as artérias com a resistência exercida por essas artérias ao fluxo sanguíneo. Assim, quanto mais estreitadas e/ou “enrijecidas” estiverem as artérias maior será a pressão exercida sobre elas pelo sangue, logo, haverá um aumento da tensão arterial.
                Há vários factores que estreitam e/ou “enrijecem” as artérias como, por exemplo, o tabaco, a gordura (colesterol total, LDL), o álcool, stress, entre outros.
                Tipicamente a tensão ideal encontra-se nos 120mmHg (milímetros de mercúrio) de “máxima” e 80mmHg de “mínima”, ou abaixo destes valores.  De modo geral, compreende-se por HTA, para tratamento farmacoterapêutico, quando os valores são iguais ou superiores a 140/90(mmHg).
                A “máxima” designa-se, clinicamente, por pressão sistólica (sístole) que representa a pressão que o coração gera quando bombeia o sangue para as artérias.
                A “mínima” é chamada na clínica por pressão distólica (diástole) e representa a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, ou seja, entre os batimentos.
                Diz-se Hipertensão Essencial quando a causa não é conhecida e Hipertensão Secundária quando a causa está determinada (exemplos de causas: medicamentos e distúbios renais)
                Para o tratamento  e prevenção da HTA é indispensável uma mudança de hábitos de vida (controlo do peso, exercício físico, alimentação, tabaco e álcool).
                - Na alimentação comece por diminuir o consumo de sal e gorduras na comida pois como o sal provoca retenção de líquidos e as gorduras o “enrijecimento” dos vasos sanguíneos contribuindo, desta forma, para o aumento da tensão arterial. Evite alimentos salgados e gordurosos como carnes “vermelhas” e curadas, batatas fritas, enlatados ou pré-cozinhados, entre outros.
Tenha uma alimentação variada e dê preferência ao consumo de frutas, vegetais, lacticínios com baixo teor em gordura, azeite (gordura “boa”) e peixe;
                Evite o consumo de café e chá preto. A cafeína (substância que integra o café e chá preto) provoca um aumento da pressão sanguínea.
                - Tenha atenção ao consumo de álcool, este não é alimento. Beber mais de 45ml de bebidas deltiladas, 225ml de vinho ou 670ml de cerveja diariamente pode levar a um aumento da tensão arterial;
                - Reduza o seu peso caso o IMC (índice de massa corporal) seja igual ou superior a 25. O IMC é igual à divisão do peso (em kg) sobre a altura² (em metros).
                - Exercite o seu físico. Mesmo sem perder peso o exercício físico de resistência (aeróbico) pode baixar, em algumas pessoas, a tensão arterial.
                -Deixar de fumar retarda o processo de aterosclerose (estreitamento dos vasos sanguíneos) em pessoas hipertensas. O fumo aliado à HTA aumenta em grande número o risco de lesão arterial.
                Caso tenha feito estas mudanças nos seus hábitos de vida durante um periodo de 3 a 6 meses e a tensão não baixar, o melhor será dirigir-se ao seu médico para que ele institua um esquema farmacoterapêutico (medicação)  mais adequado à sua história clínica.
                O “melhor” medicamento para a HTA varia de pessoa para pessoa pois existem vários factores que interferem com o seu sucesso terapêutico (exemplos: idade, raça, grau de HTA, outras doenças associadas, efeitos secundários do medicamento, interações com outros medicamentos e/ou alimentos). Outro factor que não interferindo com o efeito do medicamento deve determinar a sua escolha é o seu preço.
                Muitas vezes os primeiros esquemas terapêuticos não têm sucesso, este deverá ser alterado até que se consiga controlar a tensão em valores abixo dos 140 mmHg (sístole) e 90mmHg (diástole). Se se tratar de diabéticos ou doentes que tenham algum tipo de doença crónica renal os valores são mais “apertados” baixando para 130/80 mmHg, respectivamente.
Ciclo de Formações Farmácia Misericórdia: “Doenças cardiovasculares” dia 28 de Maio pelas 10:00

Postado por :Maria Vanderléia Saluci Ramos 

A C E S S O E U T I L I Z A Ç Ã O D E S E R V I Ç O S D E S A Ú D E


Quesito raça/cor indica situação de vulnerabilidade da população negra no acesso e 
utilização de serviços de Saúde 

 Diagnóstico da situação de acesso e utilização de serviços de saúde, a partir de dados 
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2003, para o Estado de São 
Paulo, indica diferentes situações entre os grupos que compõem a sociedade paulista. 
A população negra, que, conforme revelam as estatísticas apresentadas nos Indicadores de 
Desigualdade Racial, possui menor escolaridade, recebe menos pelo seu trabalho, mora e vive 
em condições piores que o segmento populacional branco, também enfrenta situação 
desfavorável no que se refere ao acesso e utilização de serviços de saúde. 
A auto-avaliação do estado de saúde, importante indicador que aponta a 
representação dos indivíduos sobre sua condição de saúde, apresenta diferentes índices entre as 
populações branca e negra. Entre os brancos, 80,1% auto-avaliaram seu estado de saúde como 
muito bom, proporção que correspondeu a 74,9% para os negros. As mulheres apresentam 
uma percepção mais crítica de seu próprio  estado de saúde do que os homens, nos dois 
segmentos de raça/cor.  
A cobertura de plano de saúde, que é influenciada pela condição socioeconômica geral 
do indivíduo e pela precariedade ou não da  sua inserção no mercado de trabalho, também 
revela diferenças que tem como determinante os fatores raça/cor. Os brancos apresentavam 
maior cobertura a esses serviços (44,2%) do que os negra (25,3%). Foram verificadas diferenças 
de gênero na proporção de cobertura por planos de saúde. Esta situação é mais freqüente entre 
as mulheres, apesar de que as mulheres negras tiveram um proporção de cobertura menor que 
a verificada entre os homens brancos (27,2% e 42,1%, respectivamente).  
A cobertura de plano de saúde consubstancia-se, ainda, num importante indicador da 
qualidade do serviço oferecido à população, uma vez que, em geral, o acesso é mais rápido e 
fácil para as pessoas com cobertura destes serviços  do que para aquelas que utilizam, 
exclusivamente, o Sistema Único de Saúde – SUS, embora este seja responsável pela maioria dos 
atendimentos de custo elevado e alta complexidade realizados na população, uma vez parcela 
dos planos de saúde não oferece essa cobertura. 
O número médio de consultas médicas realizadas não apresentou grandes diferenças 
entre brancos (2,9 consultas/ano) e negros (2,8 consultas), até mesmo pelo fato de que este tipo 
de atendimento é amplamente ofertado tanto através dos planos privados, como pelo sistema 
O Seade 2
público de saúde. As mulheres se consultaram mais vezes do que os homens, 
independentemente do quesito raça/cor. 
A PNAD Saúde incorporou, na edição de 2003, um conjunto de perguntas com o 
objetivo de dimensionar a realização de exames preventivos à saúde da mulher – exame clínico 
de mamas, exame preventivo para câncer de colo de útero e mamografia. Verifica-se que, nos 
três tipos de exame, a proporção de mulheres brancas que os realizaram foi superior à das 
mulheres negras. No exame clínico de mamas, exame preventivo básico para a saúde feminina, a 
pesquisa identificou que 78,5% das mulheres brancas de 25 anos  e mais já haviam feito este 
exame, contra 70,8% das negras no mesmo segmento etário. A desigualdade de acesso foi 
verificada, também, em relação à situação de exame de mamografia, que já havia sido realizado 
em 57,6% das brancas e em 49,2% das negras. A ocorrência mais freqüente de realização de 
exames nas mulheres brancas indica um acesso mais amiúde e de maior qualidade aos serviços 
de saúde, importante indicador das diferenças  socieconômicas provocadas pela situação de 
raça/cor. 
Não foram, praticamente, verificadas diferenças na situação de realização de exame 
preventivo para câncer de colo de útero, feito por 87,1% das mulheres brancas e por 85,4% 
das negras, o que denota a ampla cobertura deste exame, próximo da universalidade, entre as 
mulheres em idade fértil. 
Situação de consulta ao dentista revelou, como a maioria dos indicadores 
apresentados, relação com a variável raça/cor. Enquanto apenas 1,9% da população branca 
nunca havia ido ao dentista, essa proporção foi de 4,4% entre os negros. Para aqueles que já 
consultaram o dentista, a situação considerada mais adequada – consulta há menos de um ano 
– apresentou maior freqüência para os brancos (47,3%) em comparação aos negros (38,7%). 
O cenário traçado com os dados da PNAD Saúde 2003 reafirma a situação de maior 
vulnerabilidade da população negra no acesso e  utilização dos serviços de saúde, impondo a 
reafirmação de políticas públicas específicas e mais eficazes, que promovam ações afirmativas e 
superação das diferenças históricas verificadas entre as populações branca e negra. 
Fonte: www.seade.gov.br
Postado por: Erika Silvestre Ramalho de Moura

SEXISMO ACENTUA PRECONCEITO CONTRA NEGRAS



MULHERES NEGRAS - Maior Vulnerabilidade à Violência
No Brasil, as principais vítimas da violência são jovens, negros e pobres.
Embora a violência de gênero possa atingir mulheres de todas as raças/etnias e níveis de escolaridade e renda, organizações de mulheres negras responsabilizam o sexismo e a falta de políticas públicas de emprego, saúde e educação pelo grande número de casos de violência contra as mulheres negras.
De fato todos os indicadores sociais apontam que as mulheres negras estão mais vulneráveis à violência em decorrência de uma conjunção de fatores sociais, tais como baixa escolaridade, alto índice de desemprego e de subemprego e, principalmente, da discriminação e desigualdade.  Dessa forma, as mulheres negras estão não somente mais expostas aos efeitos da violência, mas elas também possuem menores condições para o enfrentamento da violência sofrida.
São exemplos de violência os homicídios, o tráfico sexual, a exploração do trabalho, o trabalho escravo, as agressões físicas, sexuais e psicológicas, e também o racismo, as discriminações cotidianas e as dificuldades ou falta de acesso a bens e serviços. E em todos estes exemplos as mulheres negras ocupam o primeiro lugar nas pesquisas. As organizações de mulheres negras têm se empenhado em mudar estes dados através de projetos e propostas de políticas públicas que atendam as necessidades das mulheres negras e da população afro-brasileira como um todo.
Alguns avanços aconteceram, mas ainda tem muito trabalho em busca da cidadania e da equidade de direitos.

Fonte: http://iurirubim.blog.terra.com.br/
       
          Postado por: Neise Alves de Araújo Cardoso da Silva

Violência Doméstica contra Mulher



           A violência contra a mulher é um dos fenômenos mais absurdos e inaceitáveis que acontece em nossa sociedade. É uma tática consciente que o agressor usa para obter poder sobre a vítima.
            Pude observar através de analise bibliográficas que a razão pela quais as mulheres continuam em relacionamentos abusivos sofrendo agressões domésticas, é por falta de condições econômicas que está diretamente associada à preocupação com a criação dos filhos. Apesar de uma significativa parcela das mulheres agredidas terem alguma fonte de renda, elas têm medo de não conseguirem cuidar dos filhos sozinha, principalmente quando tem de deixar a moradia. Elas muitas vezes não têm para onde ir com os filhos e como arcar com todas as despesas, já que o agressor ameaça não ajudá-la e um processo litigioso pode demorar. Muitos homens são autônomos, o que também gera insegurança na mulher, que não tem como comprovar a renda do companheiro.
            Infelizmente, esse tema é tratado como um problema muito distante, seu combate e a sua prevenção não estão incluídos entre as prioridades da sociedade e do poder público.

         Referências bibliográficas
Ministério da Saúde. Violência Intrafamiliar: orientações para a Prática em Serviço. Brasília DF: Ministério da Saúde; 2002.
 MASSUNO, Elizabeth. "Delegacia de Defesa da Mulher: uma resposta à violência de gênero". Em BLAY, Eva A. Igualdade de oportunidades para as mulheres. São P
ARRAZOLA, L. S. D. A mulher sob o signo da violência: marca invisível para um olhar.
androcêntrico. Recife: Ciela/Unicef, 1999.
BARSTED, L. A. L. Uma vida sem violência é um direito nosso: propostas de ação contra a violência intrafamiliar no Brasil. Brasília: Comitê Interagencial de Gênero/Comitê Interagencial de Comunicação/ONU/Secretaria Nacional dos Direitos Humanos/Ministério da Justiça, 1998.
CABRAL, M. A. A. Prevenção da violência conjugal contra a mulher. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, Abrasco, v.4, n.1, 1999.
CASA DE CULTURA DA MULHER NEGRA. Violência contra a mulher: um novo olhar. São Paulo, 2001.
Postado por: Neise Alves de Araujo Cardoso da Silva