quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


De acordo com as reuniões do grupo 02, um dos assuntos que chamou a atenção foi a Violência Doméstica. Pelo menos uma em cada três mulheres no mundo é ou já foi espancada ou abusada sexualmente. As estatísticas não param por aí e mostram que apesar de todos os avanços femininos na luta por seus direitos, ainda estamos longe do fim do patriarcalismo.

A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente. Trata-se de um problema que comete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns. Sua importância é relevante sob dois aspectos; primeiro: devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, muitas vezes silenciosas. Segundo: porque comprovadamente, as violências domésticas, incluindo aí a Negligência precoce e o Abuso Sexual, podem impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima. Segundo o Ministério da Saúde, as agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre 5 e 19 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico. A Unicef estima que, diariamente, 18 mil crianças e adolescentes sejam espancados no Brasil. Segundo alguns autores a Violência Doméstica, é o resultado de agressão física ao companheiro ou companheira. Para outros o envolvimento de crianças também caracterizaria a Violência Doméstica. A vítima de Violência Doméstica, geralmente, tem pouca auto-estima e se encontra atada na relação com quem agride, seja por dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete, depois do ato não voltar a repetir este tipo de comportamento. Em algumas situações, felizmente não a maioria, de franca violência doméstica persistem cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se desligar daquele ambiente, sejam por razões materiais, sejam emocionais.
 Para entender esse tipo de personalidade persistentemente ligada ao ambiente de violência doméstica poderíamos compará-la com a atitude descrita como co-dependência, encontrada nos lares de alcoolistas e dependentes químicos. Essa é uma realidade que nós brasileiros devemos lutar para ser mudada.


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Postado por:#MSUL Neise Alves de Araújo e debatido pelo grupo 02 Saúde MSUL:
#MSULSoraia Bertonceli, #MSUL Priscila Pavão Perim, #MSUL Cristina de Melo, #MSUL Andrea de Melo, #MSUL Raquel Rabelo, #MSUL Maria Vanderleia Saluci, #MSUL Jordana Ferraz .
    

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