domingo, 24 de julho de 2011

Servidores Públicos necessitam qualificar-se na questão de Gênero e Raça

O Ministério da Educação está organizando um curso de formação em gestão de políticas públicas para a questão de gênero e de raça em 18 universidades federais (UNIFEM). O curso tem como objetivo formar cerca de 6.700 gestores e gestoras para a condução das políticas públicas que trabalham  na temática da mulher e no combate ao racismo. O público alvo são os servidores da administração pública, os conselhos de direitos da mulher, fóruns inter-governamentais de promoção da igualdade racial e conselhos de educação, saúde e do trabalho.
É necessário um curso com este caráter? Para responder a esta pergunta não podemos esquecer que mesmo com os avanços proporcionados com a lei Maria da Penha, que criminaliza a violência contra a mulher, ainda há muito que intervir para que as instituições públicas entendam a questão de gênero em toda sua amplitude. Continuam sendo frequentes casos de mulheres que vão denunciar agressões nas delegacias de polícia e são recebidas com perguntas do tipo:"o que você fez de errado para que seu marido tenha lhe agredido?", ou seja, a mulher agredida, que necessita apoio juridíco e psicológico, vê questionada sua condição de vítima para transformar-se em ré.
No caso da questão racial, o problema também é muito grave. O Brasil, como o país que possui o maior número de negros depois da Nigéria, tem dificuldade em assumir que ainda é um país racista contra negros e mulatos. Acreditamos que somos uma democracia racial, mas a exclusão social tem cor. Muitos servidores públicos tratam bem ou mal uma pessoa pelo tom da sua pele.
Para superar tais situações de violência de gênero e racismo, o Estado tem que cumprir seu papel e combater todas as formas de preconceito e sexismo presentes na sociedade brasileira, promovendo a igualdade racial e a proteção da mulher. Um curso de formação em gestão de políticas públicas pode ser um importante instrumento de mudança nos preconceitos nossos de cada dia.
Autor: Elza Rodrigues
Publicado: 06 de Julho de 2010
Postado por: Erika Silvestre Ramalho de Moura

Um comentário:

  1. uma vez agredida, a mulher amparada pela Lei Maria da Penha vai a procura de seus direitos, mas ao chegar no posto policial o que encontra sao policiais que da forma mais preconceituosa discriminam aquela mulher ja fragilizada. Servidores Publicos, e trabalhadores em geral necessitam qualificar-se na questao de genero e raça para nao deixarem ainda mais desacreditadas aquelas mulheres que sucumbem o medo de denunciar e vao a procura de seus direitos e proteçao.

    postado por: Jordana Ferraz.

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