Autor : José
D'Assunção Barros
Título : A
Construção Social da Cor
Editora : Editora
Vozes
A obra discorre acerca de algumas questões
importantes, por vezes perturbadoras. Como foi construída a noção de “negro” (e
“branco”) na sociedade brasileira? Qual a história desta construção desde os
tempos de formação da sociedade colonial brasileira, e como seus posteriores
desdobramentos prosseguiram tecendo a nossa história contemporânea? Que
processos instituidores de desigualdades acompanharam a construção social
destas diferenças, a começar pela introdução da escravidão de africanos no
Brasil? Que formas de resistência e luta – e no interior de que práticas e
discursos – surgiram desta história e para se contrapor a esta mesma história?
Como se comporta a imensa variedade cultural e corporal do povo brasileiro nos
quadros deste modo de perceber o mundo humano e contra o pano de fundo desta
dicotomia estabelecida e imposta historicamente? O que ainda pode ser dito em
termos de “raça negra”, sem que se cometam uns anacronismos científicos ao
nível das mais recentes descobertas da antropologia e da biogenética, e sem
que, ao mesmo tempo em que criticado, veja-se afrontado um conceito
sociologicamente bem estabelecido ao nível de processos formadores de
identidade, tão caros a diversos dos movimentos sociais que têm tido um papel
importante e relevante em sua luta contra desigualdades bem reais?
O livro "A Construção Social da Cor"
apresenta como proposta central a de discutir como, a partir dos fundamentos do
sistema colonial e da escravidão africana no Brasil, foi socialmente construída
a idéia de uma raça negra por oposição à idéia de uma raça branca, ao mesmo
tempo em que iam sendo desconstruídas no Brasil as antigas diferenças étnicas e
tribais que existiam no continente africano. Deste modo, procura-se mostrar
como a Construção Social da Cor, aqui entendida como esta complexa história da
percepção social de diferenças relacionadas à cor da pele, foi utilizada a
princípio como elemento fundamental no interior de um cruel sistema de domínio
sobre toda uma parcela da humanidade. E como, em contrapartida, a mesma
construção começou a ser incorporada aos mecanismos formadores de identidade,
de modo a encaminhar a resistência contra as desigualdades sociais, já no período
inaugurado pela Abolição da Escravatura.
Postado por : MSUL Priscila
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